Páginas

domingo, 10 de março de 2019

Palácio do Planalto recebe luz alta do Congresso Nacional



O Plenário da Câmara dos deputados aprovou por maioria simples na última terça feira (19), a suspensão dos efeitos do decreto do vice-presidente General Hamilton Mourão assinado dia 24 de janeiro último. O Decreto confere poder a assessores, para que pudessem também classificar dados do governo como secretos e ultra-secretos. Prerrogativa atualmente conferida atualmente ao Presidente da República e seu Vice, Ministros de Estado, Comandantes das Forças Armadas, Chefes de missões diplomáticas ou cônsules permanentes no exterior. O Resultado é emblemático pois é a primeira derrota do Governo Jair Bolsonaro em curtíssimo espaço de tempo desde sua posse. A Rejeição ao decreto lei n 12.527/2011 ou Lei de acesso a informação, demonstra que o congresso nacional reprovou a demissão do secretário geral da presidência da república Gustavo Bebiano, ocorrida dia 18 de fevereiro.  A Divulgação dos áudios, demonstrando haver tido comunicação entre o Presidente e o então Secretário Geral da Presidência, via whattsap, causou grande desconforto e manteve alta a temperatura em Brasília. O Presidente Jair Bolsonaro (PSL- RJ) foi inclusive visto com o chefe da casa civil, para que o mesmo voltasse a contatar Bebiano para que então cessassem mais declarações e divulgações de novos fatos a respeito desse episódio. A Conclusão é óbvia: O Palácio do Planalto recebeu luz alta do Congresso Nacional. Um aviso para modificar seu comportamento beligerante.
As portas do projeto da reforma da previdência entrar em discussão, esta rejeição precisa ser compreendida como uma advertência para uma mudança de postura. A Divergência foi manifestada de forma muito evidente, pois o governo conta com 301 deputados em sua base de apoio, tem maioria sólida e 52 destes do PSL e mesmo assim o decreto lei foi rejeitado. Inclusive para aprovar a reforma da previdência, o Governo terá que desembolsar muito dinheiro. O Jornalista Bernardo Mello Franco em seu blog, divulgou que as negociações para votar passam pelas liberações das emendas parlamentares a que tem direito cada um dos parlamentares eleitos. Os valores segundo o Jornalista, seriam de 10 milhões de reais para os deputados reeleitos, e de 7,5 milhões de reais aos deputados debutantes ou novatos. O Cálculo em uma estimativa inicial, é de que o valor total envolvido seria da ordem de mais de 500 milhões de reais destinados as emendas parlamentares. Emendas parlamentares por definição são valores liberados pelo Governo Federal, e que cada deputado federal tem por direito, para que o mesmo possa utilizar essa verba em seu estado.E priorizando onde esse dinheiro é mais necessário. Onde, quanto e quando serão utilizados esses recursos são definições dadas pelo próprio deputado federal e seu gabinete. E dependem exclusivamente do Palácio do Planalto para a liberação das emendas.
Cabe aqui ressaltarmos que desde a sua posse, o Governo Federal tem demonstrado claras dificuldades de interlocução; seja na apresentação do projeto para o País, seja na comunicação e trato pessoal com a imprensa, mas principalmente nas negociações com o Congresso Nacional. Será necessário ao Presidente Jair Bolsonaro e sua equipe compreender melhor a dinâmica das casas legislativas; seja na Câmara ou no Senado. O Governo terá que calçar as sandálias da humildade e negociar com as principais lideranças visando conseguir uma dinâmica capaz de viabilizar a tramitação e aprovação dos projetos considerados essenciais para o Palácio do Planalto. A Reforma da Previdência vem por aí sendo necessário paciência, debates, diálogo permanente e como podemos perceber também sem dúvida alguma, dinheiro muito dinheiro mesmo envolvido nessas negociações.

Alexandre Mattos
Cientista Social

Nenhum comentário:

Postar um comentário