Já faz algum tempo que estamos
observando o total descompasso do Governo Federal. E agora começa a se
construir aos olhos do cidadão comum, a percepção de que a equipe ministerial
não tem a mínima noção da responsabilidade que lhes foi conferida. Esta
convicção se sedimenta em cima dos fatos que são gerados semana após semana,
pelos ministros e demais interlocutores de Jair Bolsonaro no governo.
A ministra Damares Alves é um
primeiro exemplo, deste claro despreparo. A começar por achar relevante
discutir rosa para meninas e azul para meninos como o principal critério para
as políticas de gênero. É também defensora do ensino à distância para crianças
nas séries iniciais, propondo ainda substituir o professor pelo Pai, Mãe ou
tutor legal no processo de aprendizagem e socialização realizado nas escolas de
forma presencial. Todas as primeiras experiências de aprendizagem e as amizades
que são construídas pelas crianças ainda muito pequenas e fundamentais para sua
formação em todos os níveis, simplesmente deixariam de constituir importante
legado na formação de seu caráter e personalidade. Desconsidera também a
ministra, que hoje no sustento das famílias Pai e Mãe necessitam trabalhar,
para poder aumentar a renda familiar, portanto não podem se dar luxo de abrir
mão do emprego para ficar em tempo integral substituindo o professor e a escola
na tarefa de educar seus filhos. E não bastasse tamanha insanidade, a ministra
Damares continua a seguir uma lógica de raciocínio difícil de compreender. Em
seu discurso na Comissão de Direitos Humanos na ONU em Genebra, no último dia
25, garantiu compromisso com “ os mais altos padrões dos direitos humanos”.
Garantindo inclusive lutar pelos direitos das mulheres, sobre o assassinato
brutal da vereadora Mariele Franco (PSOL) nenhuma palavra, um silêncio
absoluto. A ministra parece ter memória seletiva, pois prefere falar da
Venezuela e seu Governo, o que aliás não deveria ser uma preocupação, e sim
preocupar-se em elaborar que efetivamente garantam os direitos humanos para
todos em nosso País, além de um duro enfrentamento para o combate do feminicidio produzido pelo machismo que está
impregnado no nosso dia a dia.
Outro lamentável episódio é o
vexame protagonizado por Ricardo Velez Rodrigues, atual ministro da educação, ao
enviar carta para as escolas solicitando que os alunos fossem filmados cantando
o hino nacional e ao final repetissem o slogan de campanha de Jair Bolsonaro.
Tais solicitações são descabidas e ferem a autonomia das escolas, que lhes é
garantida pelo artigo 37 da constituição federal. Tal conduta gerou uma
reprimenda pública de Jair Bolsonaro ao ministro. Ricardo Velez Rodrigues veio
a público, visivelmente constrangido, e pediu desculpas, retirando a proposição
que havia feito da pauta do MEC. É o mesmo ministro que a alguns dias atrás em
entrevista para a Revista Veja afirmou que “ o brasileiro é um canibal e rouba
coisas quando viaja”. Esta declaração fez com que a Ministra do STF Rosa Weber
interpelasse Ricardo Velez Rodrigues a dar explicações, pois poderia o mesmo
ter que responder por crimes de calúnia e difamação. Este é o perfil do
colombiano, naturalizado brasileiro, que atualmente comanda o ministério da
educação.
E para finalizar este lamentável conjunto de eventos
desastrosos e deploráveis, temos o episódio da morte do neto de 7 anos, do ex
presidente Lula, e as manifestações hediondas Brasil a fora, capitaneadas pelo
deputado federal Eduardo Bolsonaro, que condena a liberação da justiça para que
Lula pudesse acompanhar o funeral de seu neto. É impensável admitir tal
comportamento. É repulsivo e abjeto tal comportamento, em alguém que possui a
responsabilidade de representação parlamentar, era de se esperar um mínimo de
decência e dignidade. Virtudes que claramente Eduardo Bolsonaro não tem, aliás
está apenas seguindo o comportamento de seus irmãos, nada surpreendente, só que
nesse caso descendo ao nível mais baixo do comportamento humano. A conclusão é
evidente: O Governo Bolsonaro perdeu muito da credibilidade nele depositada, em
curtíssimo espaço de tempo, haja visto que até o presente momento não deu
nenhum sinal de que pode ser capaz de retomar o caminho do progresso, algo
prometido repetidas vezes durante a campanha eleitoral. Desejamos urgentemente
ver o fim desse verdadeiro Circo de Horrores que nos tem sido apresentado,
contra nossa própria vontade, o mais breve possível. É Hora de descer do
palanque e começar a trabalhar.
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